quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Núcleos de Prevenção da Violência contra a Mulher da PMCG traçam perfil das vítimas no município
s cinco Núcleos de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde da Mulher atenderam, entre 2006, ano em que foram implantados pela Secretaria Municipal de Saúde, e 2010, 298 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência. Com base nas informações prestadas pelas mulheres que procuraram os serviços neste período, foi possível traçar um perfil das vítimas de violência em Campina Grande, que está sendo divulgado para chamar a atenção da população para a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que começa nesta sexta-feira, 25, a partir das 8h, com panfletagem na Praça da Bandeira, no centro da cidade.
De acordo com os tipos de violência notificados nos Núcleos de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde da Mulher, a maioria das mulheres, 81,87%, foi vítima de violência psicológica ou moral. Em relação ao local onde foi praticada a violência, 68,12% delas aconteceu na própria residência da mulher. Entre os meios de agressão utilizados, a força corporal e o espancamento foram os mais freqüentes, com 130 notificações. No vínculo entre o agressor e a vítima, 115 deles, que correspondem a 38,59%, eram os maridos ou companheiros.
No caso da violência psicológica, a mais freqüente, o agressor adota comportamentos que causam danos emocionais à vítima, através de ameaças, humilhação, manipulação, vigilância constante, perseguição e chantagem, entre outros. Outros tipos de violência mais frequentes são a física (52,58%) e sexual (20,80%), no entanto, “muitas mulheres denunciaram terem sido vítimas de mais de um tipo de violência”, informou a coordenadora dos núcleos, Cícera Arquelino Alves. Segundo ela, a residência é o local onde as mulheres mais correm perigo, seguido pela via pública.
Além do uso da força corporal e espancamento, os agressores também utilizam bastante as agressões verbais (83 casos) e ameaças (66), mas também houve casos de uso de armas brancas, venenos, gasolina, água quente, além de tentativas de enforcamento e mordidas, entre outros. Os números revelam, explica Cícera, que uma mulher é vítima de vários meios de agressão e por isto, embora 298 casos tenham sido notificados, 385 instrumentos de violência foram totalizados, em 87 maneiras a mais de lesionar física, psicológica e financeiramente a vítima.
Em relação ao vínculo entre o agressor e a vítima, os maridos ou companheiros são maioria, mas também foram notificados casos de namorados, avôs, filhos, irmãos, pais, padrastos, desconhecidos, vizinhos, além de ex-maridos, ex-companheiros e ex-namorados. Os Núcleos de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde da Mulher estão localizados nos Centros de Saúde Dr. Francisco Pinto, no centro da cidade, da Palmeira e do Catolé, além do Serviço Municipal e do ISEA (Instituto de Saúde Elpídio de Almeida), que é referência para as vítimas de violência sexual.
Campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres
“Da paz no lar até a paz no mundo: Desafiemos o militarismo e acabemos com a violência contra as mulheres” é o tema da campanha deste ano, realizada pela 21ª vez e que prossegue até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. A campanha é realizada em todo o mundo e ressalta, durante os 16 dias, além das datas de início e término, o Dia Internacional dos Defensores dos Direitos das Mulheres (29 de novembro), o Dia Mundial de Combate à Aids (1º de dezembro), e o aniversário do Massacre de Montreal, ocorrido em 6 de dezembro de 1989, quando 14 mulheres estudantes morreram e 13 ficaram feridas em um ataque antifeminista.
Redação iParaíba com Codecom
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