Ex-deputado federal deixa o PP e se filia ao PRB para disputar a candidatura pela prefeitura de São Paulo em 2012
Celso Russomanno sairá candidato pela prefeitura de São Paulo em 2012 pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB). O ex-deputado federal deixou recentemente o Partido Progressista (PP), de Paulo Maluf, para poder disputar as Eleições.
Demonstrando um pouco de mágoa com o antigo partido, o político contou que acredita que poderá surpreender nas Eleições, tudo pelo fato de não ter a sombra de Maluf por trás da campanha.
Russomanno admitiu que a imagem de Maluf aumentava seu índice de rejeição entre os eleitores, principalmente entre os mais jovens.
O candidato do PRB, que aparece bem colocado nas pesquisas de intenção de voto, também contou um pouco de seus projetos para a cidade.
Russomanno, por que você deixou o PP, de Maluf, para concorrer à prefeitura pelo PRB, de Edir Macedo?
Primeiro, eu nunca mudaria de partido.
Já tive experiência anterior e sou favorável à fidelidade partidária. Infelizmente eu não tive espaço dentro do Partido Progressista. Nas últimas três eleições para prefeito, eu fui impedido de ser candidato. Não posso esperar a minha vida inteira para que isso aconteça.
Até porque o tempo passa... Recebi o convite do PRB, foi superinteressante. Eles até aqui foram corretos em tudo o que disseram que iria acontecer.
Estão todos trabalhando na candidatura...
Acha que terá força no PRB para enfrentar PT e PSDB, ainda mais que você deve ter um tempo reduzido...
Tanto eu quanto os outros precisam de coligações, como um partido com mais tempo de TV precisa de alianças.
Ir sozinho para uma eleição é complicado.
Queremos juntar partidos que queiram fazer uma candidatura conosco. Não tenho muito tempo de TV, vou ter de atuar desta forma.
Você teve alguma briga com o Maluf antes de deixar o PP?
Na verdade, eu não saí brigando com ninguém. Pelo contrário, eu saí bem com os membros.
Senti que o presidente do partido em SP [Paulo Maluf] já caminhava para um acordo com o PSDB, e recebeu, assim, a presidência da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), em troca de apoio ao partido tucano. Isso significa que eu não seria o candidato mais uma vez...
Preciso cuidar da minha carreira política e não posso ficar esperando.
Se você não vai atrás, nada acontece.
O Maluf tem um grande índice de rejeição por toda a história de polêmicas dele... Foi um alívio se livrar da “sombra” dele?
Bom... O Maluf é um político extremamente polêmico.
Ele tinha um público grande, mas que vem se reduzindo, como mostrou as últimas votações.
Existe uma rejeição muito grande do público jovem por parte dele... Eu carreguei esse ônus comigo na disputa pelo governo [nas Eleições de 2010].
Gilberto Kassab faz uma administração positiva de São Paulo?
Eu sou uma pessoa que não gosta de fazer avaliações próprias.
A avaliação deve ser da população.
E as avaliações têm demonstrado que ele se dedicou demais à criação do partido dele (PSD). Talvez isso tenha repercutido um pouco na avaliação...
Qual será o foco de sua campanha pelo PRB?
Minha bandeira será a de oferecer serviços públicos de qualidade.
Sempre defendi o código de defesa do consumidor. A gente precisa de um transporte de qualidade, de médicos bem pagos.
Hoje você marca uma consulta que demora seis meses para acontecer, depois é mais seis meses até o resultado sair...
Um médico ganha uns R$ 4 mil, ao passo em que um promotor de Justiça, não desmerecendo, ganha R$ 17 mil. Então ele precisará ter vários trabalhos para ter um bom salário. Vai trabalhar em hospital particular, municipal, estadual...
Quero conseguir melhorar a situação dos médicos, para que todos tenham um emprego só.
O PP costumava focar muito a questão da segurança nas campanhas...
A segurança pública também será abordada, com certeza. O que sobrou da guarda metropolitana hoje? Nada...
Onde existe prevenção, não existe crime. Eu quero retomar esse processo.
Quero uma guarda bem treinada, para o monitoramento das ruas.
A cidade de São Caetano é um bom exemplo.
Somente uma divisa separa a cidade de São Paulo, e lá você tem a sensação de estar mais seguro do que aqui...
Isso sem falar da Cracolândia, que é uma vergonha. Quero prender quem vende a droga. Só consome quem tem para comprar...
São Paulo está atrasado nos preparativos para a Copa 2014?
Não adianta a gente fazer o Itaquerão achando que vai solucionar todos os problemas.
O Morumbi ficou de fora por falta de infraestrutura. Você não tinha avenidas para suportar o trânsito...
E Itaquera tem?
Vamos ter de fazer infraestrutura lá.
Vai ser muito bom para a Zona Leste, que sempre foi esquecida e abandonada, assim como a Zona Sul.
Você já foi para São Miguel, Guaianazes? É um horror... Agora precisamos fazer uma infraestrutura para que as pessoas cheguem ao estádio, para que tenham segurança.
Por isso precisamos ampliar a malha ferroviária, as rodovias, melhorar a iluminação. É um monte de coisa, como a questão do lixo também.
Você vê, aqui no Ipiranga [onde fica seu escritório], existem pilhas de lixo.
É fácil você pegar o lixo e jogar em outro município...
São Paulo é a maior cidade da América Latina e não tem um sistema de coleta...
Qual o seu maior sonho como político?
O meu grande sonho é governar a cidade de São Paulo, onde eu nasci...
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